Colecção privada de camisolas de jogo do Sport Lisboa e Benfica

A Origem do Manto Sagrado

 

A escolha do vermelho é uma história fantástica dentro da Gloriosa História. Nunca me canso de contá-la. Espero que quem a conhece não se canse também de a ouvir ou ler. Vou dividi-la em três fases: imagem, ideia e ideal.

A escolha dos símbolos foi criteriosa. Há notícias do processo de escolha das cores. Está bem documentado. Não podemos dizer o mesmo dos outros dois símbolos: sigla/ nome e emblema. Há menos descrições. O que se sabe é que os fundadores tiveram cuidado em pedir àqueles, que entre eles, estavam em melhores condições para se encarregarem de tal desígnio. E fizeram-no com excelência para bem do Clube e das gerações seguintes. Eternamente agradecidos. Escolher os melhores, porque com mais conhecimentos e visão, é uma das características do Benfica.  Felizmente, em termos históricos, a maior parte das vezes têm sido escolhidos os mais aptos, os melhores para servirem o Clube. O Benfica só tem – teve – a ganhar. Pena é que nem sempre tenha sido assim. Até na actualidade. O Benfica só tem a perder quando deixa benfiQuistos, benfiquenses, benfiqueiros ou mesmo Benfiquistas com menos aptidão para determinado assunto, por ser específico e para peritos, deixar autênticas aventesmas tratar de assuntos que merecem os mais aptos.

Imagem – Foi José da Cruz Viegas que ficou encarregado de conduzir o processo. Militar tinha acesso aos catálogos britânicos de tecidos e cores para equipar o exército. O preocupação dele foi escolher uma cor, tom e tecido que se fixassem melhor na retina dos futebolistas durante o jogo. José da Cruz Viegas não é um dos 24 fundadores mas é um dos pioneiros. Jogava no Belem Football Club (grupinho de bairro) e depois foi um dos que estreou, em 1 de Janeiro de 1905, a equipa do Sport Lisboa. Sempre como defesa à direita. Depois de fazer a escolha, esta foi apresentada aos restantes pioneiros do Clube e devidamente aprovada. À Benfica!;

Ideia – Um dos fundadores Cândido Rosa Rodrigues, o “segundo dos Catataus” afirma que houve a preocupação de escolher uma combinação de cores que chamasse à atenção dos transeuntes transformando-os em espectadores, pois o Sport Lisboa jogava em terrenos públicos junto a ruas e num bairro com muitos habitantes e muitos frequentadores, como era o bairro de Belém;

Ideal – Tradicionalmente o vermelho – no equipamento e escudo do emblema – foi definido como escolha por transmitir: «Alegria, colorido e vivacidade, como base de entusiasmo na luta em Desporto». Depois de escolhida a cor vermelha para a camisola de flanela optou-se por calções brancos, tal como os calções do Belem Football Club. Até é provável que alguns tenham utilizado os mesmos.

As camisolas eram compradas, feitas por um alfaiate, em conjunto – para serem uniformes – ao contrário de muitas equipas de outros clubes que pelas fotografias percebe-se serem camisolas até com tons e cortes diferentes. As do Sport Lisboa eram iguais, ou seja, do mesmo lote de tecido e com o mesmo corte. Foram compradas 12 e pagas pelos futebolistas. Consta que por 24, pois havia duas equipas – 1.ª e 2.ª categoria – e apenas foram adquiridas 12. Sabe-se que nos dias em que havia dois jogos, tradicionalmente, a 2.ª categoria jogava primeiro passando as camisolas aos da 1.ª categoria. Os calções tinham de ser brancos mas cada um tinha os seus e por eles era responsável. As meias eram pretas. Já eram assim no Belem Football Club. Eram as “meias de futebolistas”. Pretas acinzentadas por “encobrirem” melhor a sujidade própria do pó dos pelados.

 

 

O Benfica só começou a usar meias vermelhas quando foi obrigado a adquirir um equipamento alternativo branco – com atilhos e vivos vermelhos na gola e mangas – optando por usar meias vermelhas em vez das tradicionais “pretas acinzentadas” que vinham de 1904. Estávamos em 1943/44 a primeira temporada na I Divisão do SC Salgueiros.Na época de 1948/49 foram introduzidos os números no manto sagrado

Apartir do final da decada de 90 aparecem as camisolas alternativas de cores diferentes da branca, a publicidade nas costas e os diferentes patches.

Em 1995/96 foram introduzidos os nomes dos jogadores nas camisolas e a numeração fixa para cada jogador

 

Texto adaptado do Blogue Em Defesa do Benfica de Alberto Miguens